Outro resultado da prática de meditação (mindfulness) é um aumento da consciência corporal, a capacidade de perceber as sensações que ocorrem no próprio corpo. Provavelmente, isso decorre de alterações que a meditação provoca na ínsula, uma região cortical que recebe as informações corporais que têm um valor hedônico, ou seja, as sensações que são agradáveis ou desagradáveis. Na ínsula se tornam conscientes sensações dolorosas, mas ela também processa, por exemplo, as informações sensuais, decorrentes da atividade sexual.
A ínsula tem sua espessura aumentada pela atividade de mindfulness e torna-se mais ativa naqueles que meditam. O resultado é um aumento da capacidade de perceber prontamente e com clareza as respostas corporais desencadeadas pelas emoções, o que permite que possamos regulá-las de forma mais adequada.
As emoções são inevitáveis, elas acontecem e são essenciais no nosso cotidiano, mas é importante que saibamos identificá-las oportunamente para poder responder a elas de forma positiva nos diversos contextos sociais. Isso constitui o que chamamos de inteligência emocional.
A ínsula tem também um papel relevante no fenômeno da empatia: a habilidade de perceber as emoções alheias e se identificar com elas. A empatia é importante, por exemplo, porque pode levar à diminuição da agressividade e ter um efeito benéfico na regulação das interações sociais. Portanto, a prática de mindfulness, por suas ações nos circuitos nervosos envolvidos com as emoções, pode melhorar o ambiente social, contribuindo, por exemplo, para a diminuição da violência que se observa em alguns espaços escolares.
Fonte: Revista Educação